A retomada da atividade econômica após a pandemia

A retomada da atividade econômica com menor custo social, passa, necessariamente, pela sobrevivência e fortalecimento das micro e pequenas empresas.

Nesse sentido, é importante afastar, de início, o mantra de que todo o brasileiro quer ser dono do próprio negócio. A premissa não é totalmente verdadeira. Nos momentos recessivos, as rescisões de contratos de emprego são acentuadas nas mais variadas categorias de trabalhadores.

Pode-se constatar que nesses momentos, de maneira contraditória, há acréscimos nos pedidos de formação e regularização de empresas, na sua grande maioria com pequeno capital financeiro investido.

Existe uma contradição sim. Em momento de recessão aumenta o número de empresas. Penso que isso acontece exatamente porque aqueles que são demitidos e recebem alguns recursos vêm na organização de uma pequena empresa uma alternativa aos seus salários perdidos. Essas empresas não são organizadas de forma adequada. Não existe nenhuma análise de mercado que confirme a viabilidade das mesmas. São organizadas para suprir a necessidade de dinheiro de seus proprietários. Muitas vezes, e não são poucas, estas empresas fracassam. Muitos desses empreendedores conhecem de produção mas desconhecem de finanças e de mercado – vendas.

Daí a importância das micro e pequenas empresas: a preservação da inteligência dos seus instituidores e perspectiva de ocupação formal dos trabalhadores, na sua grande maioria aprendizes do primeiro emprego.