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A Análise de Crédito na antecipação de recebíveis

As empresas antecipadoras de recebíveis, FIDC’s, Securitizadoras, Factorings e ESC’s desenvolvem seus trabalhos pensando o crédito baseado nos dois pilares que sustentam o negócio. São eles os Cedentes e os Sacados.

O ponto mais importante para a concessão de crédito para empresas é a capacidade de geração de caixa dessas organizações em dado espaço de tempo. Um crédito bom não deve ser concedido exclusivamente em função da garantia. No caso das antecipadoras também é importante essa regra. Analisam-se os Sacados porque o compromisso de pagamento pontual é deles. Analisam-se os Cedentes porque numa eventual inadimplência, eles devem ter condições de efetuar as recompras sem afetar a continuidade de suas operações. 

O risco do crédito nas antecipações fica amenizado em função do compartilhamento das responsabilidades dessas duas partes. O Cedente como originador assume a responsabilidade da qualidade dos títulos - da qualidade, da quantidade dos produtos e serviços e das condições da negociação havida entre ele e seu cliente Sacado. Esse por sua vez assume a responsabilidade de honrar os compromissos assumidos quando da compra ou contratação dos mesmos.

Teoricamente os títulos resultantes da venda de bens e serviços, efetivamente entregues, são ativos reais. Houve uma troca de bens. Produtos e serviços por compromissos de pagamento a futuro.

É fundamental para o analista conhecer os dois pilares. Cedentes e Sacados. Somente o conhecimento das duas partes e do negócio permitirá que a análise seja bem-feita.

Em toda análise de crédito algumas etapas devem ser percorridas, alguns pontos devem ser considerados e analisados.

Analisar é estudar a fundo. É conhecer profundamente a peça, a pessoa, a empresa, o serviço. No caso das análises de crédito para as empresas antecipadoras, são necessárias informações e dados sobre as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas. 

O(A) analista deve formar juízo sobre aquela empresa que está sendo analisada - a Cedente em primeiro lugar e posteriormente os Sacados da mesma. Ele(a) apresentará, ao final, um relatório, onde posicionará a seus parceiros, superiores, ou colaboradores seu entendimento a respeito da viabilidade da concessão de crédito solicitado. Se posicionará ainda sobre as condições e sobre os limites que aquele crédito deve ou não ser concedido.

O(A) Analista deve desenvolver seus estudos pensando nas seguintes etapas:

·         Analisar os documentos da empresa, dos seus acionistas, sócios e gestores executivos.

·         Conhecer como a empresa opera. Se comércio, se indústria, se serviços etc. Como produz, o que comercializa, como vende. Quais são seus clientes.

o   Essas informações e os dados relativos normalmente são buscadas através de visitas e pesquisas aprofundadas. Nas pequenas e médias empresas as visitas dos comerciais e dos próprios analistas são as fontes de informações que possibilitam melhores conhecimentos.

·         Conhecer possíveis restritivos, tanto da empresa cedente quanto dos sócios e dos gestores.

o    Os relatórios de banco de dados, Serasa, Boa Vista, SPC dentre outros fornecem esses dados.

·         Saber sobre os relacionamentos da empresa e dos gestores com os stakeholders, fornecedores, clientes e principalmente fornecedores de crédito. Também aqui os bancos de dados tem papel importante no fornecimento das informações.

·         Saber sobre possíveis sensibilidades a fatores externos à gestão da empresa. Por exemplo, setor de construção civil residencial afetado pelo elevado patamar dos juros praticados.

·         Conhecer em profundidade o tipo de negócio da empresa, principalmente a viabilidade do mesmo. Normalmente toma-se a referência de concorrentes.

·         Conhecer a capacidade de gestão dos executivos, tanto sócios quanto profissionais que estejam à frente do negócio. O histórico dos mesmos pode agregar conhecimento sobre as perspectivas da empresa.

·         Conhecer os dados de performance financeira dos últimos anos. Ou seja, é importante saber os resultados que a empresa está gerando na sua gestão. Está ganhando dinheiro ou não? Qual a perspectiva? Qual o histórico dos últimos anos com relação aos resultados?

Neste último item encontra-se a grande dificuldade dos analistas das empresas antecipadoras. Seus clientes, Cedentes, normalmente são empresas de pequeno e médio portes. Na sua grande maioria não apresentam balanços e balancetes contábeis periódicos representativos da realidade de suas operações. Muitas das pequenas são optante do Simples Nacional e por esse motivo estão desobrigadas de uma escrituração pormenorizada.

Com isso torna-se muito difícil concluir uma análise de crédito com os dados financeiros e patrimoniais da empresa Cedente. Os restritivos, os relacionamentos, o histórico de endividamento, o comprometimento junto ao mercado financeiro terminam por instruir as decisões de crédito no caso das antecipações. O risco fica aliviado em função da dupla garantia. Dois pilares – Cedente e Sacado.

Com o advento de novas alternativas para o setor, via CCB, Nota Comercial e até a Comissária torna-se fundamental análises mais completas. Nesses casos o crédito está sendo efetivamente concedido á empresa Cedente. Não existe o segundo responsável. A análise deve ser complementada por dados financeiros de balanços e DREs.

Aqui se praticará o efetivo CRÉDITO a empresas.

O crédito não deve se basear exclusivamente nas garantias.

A geração de caixa é peça fundamental para o crédito.

CABA – 12/05/25

 
 
 

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